domingo, 12 de janeiro de 2014

Síndrome de domingo

Como assim!? Leu mais uma vez a frase postada e não gostou. Como assim!?
Tinha dedicado mais de 30 anos à vida corporativa. Os pais se esforçaram para que terminasse os estudos, freqüentasse uma boa faculdade, tivesse um futuro, fosse alguém na vida. Eles queriam se orgulhar do filho. Eles já se orgulhavam do filho, claro, mas queriam garantir que ele sairia daquele bairro classe média chata. O filho moraria em bairro chique, de gente fina. Ele sorriu quando se lembrou disso. Não do que os pais falavam, lembrou-se da amiga gostosa que escrevia "phyno" na capa do caderno da faculdade. Foi a marca mais excitante que ela deixou nele. As outras que ele gostaria, marcaram o Tadeu.
Leu a frase de novo. Mais amadorismo, por favor. O mundo tá muito profissional.
Estava bravo. Furioso. Resolveu devolver. Como assim você quer um mundo mais amador? Já não basta o que está por aí? Dediquei anos da minha vida, construindo comportamentos profissionais, relacionamentos profissionais e você pede amadorismo? De amador estou cheio! Amador não vai pra frente, não cresce, atrapalha  o trânsito. Garçom que fica empurrando menu degustação, manobrista que arranha o carro, motorista maleducado que não espera a vez, que não dá passagem. Tudo isso é amadorismo e você quer mais? Isso sem falar nos estagiários que não querem nada com a vida, pensam que tudo é uma festa e tuitar a vida é viver. Precisamos de mais profissionalismo, ordem, uma coisa depois da outra. Gente séria. Comprometida. Pro-fis-sio-nal! Amadorismo é bagunça, foge do controle, ninguém respeita ninguém, caos. Não dá. Cara, na boa, não dá.
Deletou tudo. E chorou.

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